A suspensão da pesca do atum no Brasil por parte do Governo Federal já tem provocado consequências na economia do Rio Grande do Norte, maior produtor e exportador do Brasil do pescado. Empresas já têm dispensado funcionários em férias coletivas, como é o caso da Produmar, que deu férias a 100 pescadores, e apontam ainda que a suspensão, que no papel é até dia 1º de janeiro, na prática será até o fim do primeiro mês de 2024, uma vez que a pesca do atum depende da posição da lua. Com isso, o pescado só voltaria a chegar a mesa dos potiguares a partir de fevereiro, segundo interlocutores do segmento pesqueiro potiguar.

Nesta terça-feira (19), representantes do Ministério da Pesca, do Meio Ambiente, autoridades e interlocutores do setor pesqueiro vão se reunir em Natal para discutir a medida e os impactos para o segmento. Anualmente, o Brasil precisa cumprir uma “cota” de pesca de atum, cota esta que não pode ser ultrapassada por tratados internacionais.

A medida tem afetado grandes empresas, mas também pequenos empresários, como é o caso do vendedor Josenilson Alves de Moura, 52 anos, que trabalha com atum há 40 anos no Canto do Mangue, nas Rocas. O pescado específico do atum (albacora-bandolim) representa 70% de suas vendas e segundo ele, o prejuízo no faturamento será de pelo menos 50%. O vendedor cita ainda que possui pescado em seu estoque e que há expectativa de receber novo carregamento do que já havia sido pescado, mas alega que haverá reajuste no preço.

Tribuna do Norte