O novo pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sustenta que houve comprometimento da neutralidade do Brasil após as críticas feitas pelo chefe de Executivo sobre a conduta de Israel no conflito em Gaza. Com autoria de 134 parlamentares, o texto cita os elogios e agradecimentos feitos pelo grupo terrorista Hamas ao governo brasileiro e diz que “nem mesmo nações que pregam a extinção do Estado de Israel foram capazes de proferir tamanha atrocidade”.

“A conduta do denunciado consiste na prática de ato de hostilidade contra o Estado de Israel, consistente em declarações de cunho antissemita, comprometendo a neutralidade do país”, diz o pedido.

De acordo com os autores do pedido, Lula “foi o único capaz de igualar o povo judeu aos seus algozes e foi o único a invocar o nome de Hitler como um comparativo do estágio atual da guerra entre Israel e Hamas”. “Esse discurso, não só contradiz a tradição diplomática brasileira, como se tornou um pária dentre as nações democráticas, inclusive sendo elogiado e louvado pelo grupo terrorista Hamas”, argumentam.

Outro fato elencado é o financiamento brasileiro à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, também conhecida pela sigla UNRWA. A agência perdeu apoio de vários países — como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, Itália, Finlândia e Holanda — após suposto envolvimento de funcionários no ataque do grupo terrorista Hamas contra Israel.

“Com as recentes notícias veiculadas e que davam conta que parte dos recursos eram utilizados para fins espúrios, o Brasil não cortou seu financiamento, mas foi além. Em recente declaração, o denunciado não só afirmou que vai manter o financiamento, como prometeu incrementos nas doações”, criticam os parlamentares no pedido.

A alegação é de que houve cometimento de crime de responsabilidade contra a existência da União por parte de Lula. Os parlamentares citam o trecho do artigo 5º da Constituição Federal que diz ser crime de responsabilidade “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.

Os autores alegam que a fala coloca em risco a estabilidade do desenvolvimento nacional. Eles narram toda a relação diplomática, econômica, política entre Brasil e Israel nas mais de 40 páginas e pedem a perda do mandato e inelegibilidade de Lula.

Com informações de R7