O ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski aceitou nesta quarta-feira o convite para ser o novo ministro da Justiça do governo Lula.

O que aconteceu

  • A definição ocorreu em uma reunião entre Lula, Lewandowski e Flávio Dino, no Alvorada. O encontro durou cerca de uma hora e meia.
  • Fontes ligadas ao Planalto já confirmam que o anúncio oficial ocorrerá nesta quinta. Dessa forma, Lewandowski substituirá Dino na pasta da Justiça e Segurança Pública. Já o atual ministro assumirá a vaga no Supremo em fevereiro.
  • Os três se encontrarão novamente nesta quinta, às 11h. A reunião consta na agenda oficial de Lula.
  • Lula indicou Dino ao STF no final de novembro, mas segurou a nomeação do sucessor no ministério enquanto tentava convencer Lewandowski. O petista considerou ainda o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, e o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Wellington César Lima.
  • Dino conversará com Capelli às 10h, antes de um novo encontro com Lula e Lewandowski. Ainda não se sabe qual será o futuro do atual número 2 da pasta da Justiça.
  • A divisão do ministério em dois continua sem definição. Lula ofereceu o ministério completo a Lewandowski, mas há quem defenda a entrega de Segurança Pública a Cappelli —o que resolveria a questão com o PSB, que perde uma pasta importante devido à saída de Dino.

Nome de confiança

Lewandowski tem a confiança de Lula e o respeito entre pares e ex-colegas do STF. A primeira vez que o assunto foi abordado diretamente ocorreu na viagem à COP28, no Oriente Médio, em novembro, quando o jurista acompanhou a comitiva presidencial, mas não demonstrou muita vontade pelo cargo. Lula continuou pressionando.

O magistrado equilibra o respaldo no meio jurídico e o respeito no Parlamento, além de ser próximo a Lula e ao PT. Nos 17 anos de STF, foi um dos principais críticos da Lava Jato e teve a maioria dos votos ligados à área progressista.

Considerado um legalista, é esperado que ele mantenha o ritmo proativo de Dino no ministério. Sem filiação partidária, também há uma expectativa de que ele diminua as indicações partidárias na pasta —o que não deixa de preocupar o PSB, atual detentor de várias vagas.

Com informações do UOL