Entidades do setor imobiliário e federações empresariais da indústria, comércio e serviços, apontam que a revisão do novo Plano Diretor de Natal (PDN) trouxe resultados práticos traduzidos nos números já divulgados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb). A pasta informa que a previsão é de R$ 3 bilhões em investimentos imobiliários até 2026.

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, foi um dos que acompanhou as discussões de perto quando a revisão do PDN ainda era um projeto que os vereadores estavam apreciando. “O Plano Diretor tirou Natal de um problema de fuga do morador, que fugia da cidade para cidades vizinhas. O Plano Diretor veio corrigir isso, dando a oportunidade do natalense morar na cidade”, avalia.

A nova lei foi sancionada pelo prefeito Álvaro Dias em março de 2022, por isso, o prazo de dois anos está dentro do previsto para os resultados começarem a ser visualizados, segundo o presidente da Fiern. “Era exatamente o que se previa para ocorrerem os trâmites burocráticos e acontecerem os projetos adensando o que pode ser adensado, dando condições às pessoas retornarem. É um processo gradativo. A gente já vê os efeitos”, destaca Serquiz.

Para ele, o empresariado moderno se preocupa com o social e o ambiental na hora de criar seus projetos. “O que ele quer é regras claras para dizer o que pode fazer e até onde pode ir, com segurança jurídica para o seu projeto ser executado e respeitado. O que foi acordado democraticamente está acontecendo”, disse ele.
Assim como a Fiern, a Fecomércio/RN também participou ativamente dessa construção, com seminários, criação de grupos de trabalho multidisciplinar que incluiu arquitetos, engenheiros, empresários de diversos setores, propondo sugestões importantes para o resultado alcançado.

“A nova regulamentação permite, de fato, um aumento no potencial construtivo imobiliário e mobilidade urbana. E os números comprovam essa mudança e a busca por investimentos em Natal”, pontua o presidente da entidade, Marcelo Queiroz, diz.

Para ele, esse cenário consolida o novo Plano Diretor de Natal como um divisor de águas para o segmento imobiliário. “Além dessas modificações, há impacto diretamente em outros segmentos econômicos. A atualização da regulamentação permite que a cidade cresça, se desenvolva, e sejam depositados na nossa capital montantes de recursos, reverberando em outras ações para a população”, disse Marcelo Queiroz.

Ele ressalta que esse momento está sendo o primeiro e grande passo para o incremento da economia natalense, utilizando de outros setores econômicos e se reposicionando como uma das capitais que mais cresce no Nordeste. “Importante manter a cidade atrativa para os investimentos privados, lhes dando condições diferenciadas para a concretização dos empreendimentos, em qualquer esfera”, aponta o dirigente da Fecomércio/RN.

“Novas perspectivas”
Desde a entrada em vigor das regras atuais de prescrição urbanística, a Semurb emitiu 52 alvarás, que representam investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão. Segundo a pasta, há quase 30 outros projetos em processo de licenciamento. O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RN), Roberto Carlos Peres, diz que o mercado imobiliário de Natal está passando por uma grande mudança após o novo Plano Diretor porque a legislação anterior dificultava novos investimentos de construtoras e incorporadoras na cidade.

“Este novo Plano Diretor traz novas perspectivas de investimentos de construtoras e incorporadoras locais e de fora do estado, que agora veem um mercado imobiliário mais promissor”, disse. “O aumento de gabarito, com a liberação e possibilidade de construção em áreas que antes não eram contempladas, agora estão sendo liberadas, pois já possuem total infraestrutura de saneamento e calçamento, sempre com critérios e com a preocupação ambiental”, explica.

Entre outras mudanças, Peres cita o aumento do limite de altura que em algumas áreas que antes se limitavam em 90 metros e agora podem atingir até 140 metros. “A baixa oferta de imóveis para locação é devido ao travamento de novas incorporações, novos lançamentos. Esperamos que o mercado volte a crescer”, declara o presidente do Creci/RN.

Tribuna do Norte