A comissão da Câmara que trata de família aprovou um projeto que impede o reconhecimento da união poliafetiva, o chamado poliamor. Foram nove votos a favor da proibição e três contra.

O que aconteceu

“A Constituição e a sociedade não comportam a flexibilização do casamento”, escreveu o relator do projeto, deputado Filipe Martins (PL-TO). O retator acrescentou que em 2018 o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) vedou que cartórios reconheçam união de mais de duas pessoas.

O deputado justificou ainda que o poliamor gera falta de segurança jurídica. Defendeu ainda que “não se alinha com a cultura brasileira”.

A aprovação do projeto era esperada porque a comissão tem maioria bolsonarista. Também é integrada por deputados da bancada evangélica. As votações costumam ser a favor da pauta conservadora dos costumes.

A aprovação não significa que o assunto virou lei. Ele foi aprovado na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família e agora segue para outras comissões da Câmara.

Vira lei se for aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Ainda não há previsão de ser votado no colegiado nem deve acontecer neste ano. Os parlamentares ficam em recesso até fevereiro.

“Não só a cultura brasileira teria de ser fortemente alterada, mas também todo o arcabouço legal pátrio”, Trecho do relatório aprovado.

Esquerda protesta

A deputado Erika Kokay (PT-DF) reclamou que a decisão não reconhece novas formas de família. Ela ponderou que a sociedade está em constante evolução.

A parlamentar disse ainda que pessoas em situação de poliamor ficarão no limbo e sem qualquer garantia cível. Para ela, a resistência ao poliamor tem razão religiosa.

“Eles buscam construir uma legislação que impeça que as pessoas assegurem o registro nos cartórios”, Erika Kokay (PT-DF), contra a lei que proíbe o poliamor que passou em comissão.

Com informações do UOL