Oito governadores não comparecerão à cerimônia convocada pelo governo federal para relembrar os atos antidemocráticos de 8 de Janeiro na 2ª feira (8.jan.2024). Entre eles, está o chefe do Estado mais populoso do Brasil: Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os chefes do Executivo do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ainda não definiram se vão. Os 3 são aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a assessoria de Tarcísio de Freitas, o governador está de férias e estará em trânsito na 2ª feira (8.jan). Ele retomará a agenda oficial a partir do dia seguinte (9.jan).
O evento é promovido pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em memória das depredações causadas pela invasão de manifestantes identificados como apoiadores de Bolsonaro, nas sedes dos Três Poderes.
Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal, também não irá por estar de férias. Celina Leão, vice-governadora, vai em seu lugar. Na época dos atos, Ibaneis foi afastado temporariamente do cargo de governador por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Pouco mais de 2 meses depois, o ministro determinou sua volta ao cargo.
Ao todo, 8 chefes dos Executivos estaduais não irão à cerimônia:
- Tarcísio de Freitas (Republicanos) – governador de São Paulo;
- Ibaneis Rocha (MDB) – governador do Distrito Federal;
- Gladson Cameli (PP) – governador do Acre;
- Paulo Dantas (MDB) – governador de Alagoas;
- Ronaldo Caiado (União Brasil) – governador de Goiás;
- Mauro Mendes (União Brasil) – governador do Mato Grosso;
- Eduardo Riedel (PSDB) – governador do Mato Grosso do Sul; e
- Ratinho Jr (PSD) – governador do Paraná.
As justificativas variam. Cameli estará em viagem para a China, onde dará uma palestra. Caiado passará por exames para revisão de uma cirurgia cardíaca. Mendes terá compromissos familiares.
Paulo Dantas mandará em seu lugar o vice Ronaldo Lessa. No entanto, dos faltantes, nem todos estarão representados, como no caso do chefe do Executivo paranaense, que informou que não tem previsão de enviar substituto em seu lugar.
Outros 12 governadores informaram à reportagem que irão ao evento. São eles:
- Clécio Luís (Solidariedade) – governador do Amapá;
- Jerônimo Rodrigues (PT) – governador da Bahia;
- Elmano de Freitas (PT) – governador do Ceará;
- Renato Casagrande (PSB) – governador do Espírito Santo;
- Carlos Brandão (PSB) – governador do Maranhão;
- Helder Barbalho (MDB) – governador do Pará;
- João Azevêdo (PSB) – governador do Paraíba;
- Raquel Lyra (PSDB) – governador do Pernambuco;
- Rafael Fonteles (PT) – governador do Piauí;
- Fátima Bezerra (PT) – governador do Rio Grande do Norte;
- Eduardo Leite (PSDB) – governador do Rio Grande do Sul; e
- Fábio Mitidieri (PSD) – governador do Sergipe.
No caso do governador gaúcho, primeiramente ele disse que não compareceria porque também está de férias. Mas, mudou de ideia e conseguiu “conciliar” voos e compromissos pessoais.
O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), também informou à reportagem que não havia fechado sua agenda.
O Poder360 questionou as assessorias dos governadores Wilson Lima (Amazonas), Marcos Rocha (Rondônia), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Wanderlei Barbosa (Tocantins) sobre sua presença no evento, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
O Evento
A cerimônia para relembrar 1 ano dos ataques extremistas do 8 de Janeiro deve reunir cerca de 500 convidados no Salão Negro do Congresso Nacional na 2ª feira (8.jan). Estarão presentes os presidentes Lula (República), Rodrigo Pacheco (Senado), Arthur Lira (Câmara) e Roberto Barroso (STF). O tom dos discursos deve ser de pacificação e união.
Além de Lula, Lira e Pacheco, também deve falar o ministro Alexandre de Moraes. A ideia é que, apesar de possíveis criticas à oposição, os discursos se mantenham na linha de fortalecimento da democracia.
Segundo o governo, cerca de 2.000 policiais militares do Distrito Federal estarão a postos para ajudar na segurança da Esplanada dos Ministérios na data. Haverá também o reforço com 250 homens da Força Nacional nas imediações do Planalto.
Enquanto autoridades e lideranças políticas se reúnem em Brasília durante o evento, sindicatos e frentes populares promovem atos em outros locais do país na mesma data, com o lema “o Brasil se une em defesa da democracia”.