O ministro Benedito Gonçalves, corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deixará a corte nesta quinta-feira (9) e receberá homenagens durante a sessão de julgamentos. Ele será substituído pelo ministro Raul Araújo, que tem perfil conservador e histórico de decisões favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O cargo de corregedor deve ser ocupado por um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que faça parte do TSE há mais tempo. Cabe a ele relatar todas as Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes), que, além da inelegibilidade dos alvos do processo, também podem levar à cassação de chapa.

Para Araújo, ficarão pelo menos nove ações de investigação contra Bolsonaro e o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.

A expectativa é que Raul Araújo, que deve ficar no cargo até 2025, não coloque outras ações em julgamento. Isso porque, nas audiências que ocorreram até o momento, Araújo e Nunes Marques, que foi indicado por Bolsonaro ao STF, se manifestaram contra as condenações fixadas pela corte.

Nas eleições, foi Araújo quem proibiu manifestações políticas no festival Lollapalooza, no ano passado. Também nas eleições, foi novamente Raul Araújo quem negou o pedido feito pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para a retirada de outdoors em defesa do então presidente Jair Bolsonaro instalados em Mato Grosso.

Natural de Fortaleza, o ministro Raul Araújo é bacharel em direito pela Universidade Federal do Ceará e em economia pela Universidade de Fortaleza. Ele é ministro do STJ desde 2010.

Mesmo com a sua saída, Benedito conseguiu levar várias ações de investigação para julgamento. Alguns interlocutores dizem até que foram levadas em “tempo recorde” e que ele continua trabalhando.

R7