Funcionárias e ex-funcionárias do Ministério das Mulheres, comandado por Cida Gonçalves, relataram situações de assédio moral e racismo no órgão. As acusações citam a chefe do ministério e a secretária-executiva, Maria Helena Guarezi. As informações são do site Alma Preta.

As 17 pessoas ouvidas sob condição de anonimato relataram que a ministra teria demitido uma das secretárias do ministério por priorizar a campanha eleitoral em vez de suas atribuições no órgão. Há também acusações de racismo praticado por Guarezi e de omissão de Cida, que nada teria feito ao ser informada dos acontecimentos.

Ao site Poder360, Cida Gonçalves afirma que continuará trabalhando normalmente e que um eventual afastamento cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Disse que o ministério prepara também uma nota para se posicionar sobre as acusações.

Dados da Pesquisa Pública do SEI (Sistema Eletrônico de Informações) mostram que não há nenhuma ação registrada contra Cida e Guarezi. O sistema contém todos os processos administrativos de órgãos públicos, incluindo investigações de condutas irregulares de funcionários. Os casos de assédio podem estar sob sigilo.

A ministra é próxima da primeira-dama Janja Lula da Silva. Em julho, viajaram juntas a Foz do Iguaçu (PR), onde Janja discursou. Na oportunidade, ela chamou Cida e a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, de “amigas de governo” e afirmou que as 3 estão “na trincheira” pela defesa das mulheres nos espaços de poder.

ASSÉDIO MORAL E RACISMOOs relatos de assédio moral contra a ministra envolvem a secretária de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política, Carmen Foro, exonerada em 8 de agosto. Depois da demissão, a ministra teria usado uma reunião para “ameaçar” o emprego de funcionárias que faziam parte da equipe de Foro. Em uma gravação obtida pelo Alma Preta, é possível ouvir a ministra dizendo “quem é dela e que veio com ela, tinha que ir”.

A ministra também foi acusada de contribuir para um ambiente de trabalho marcado por assédio moral e perseguição. O site registrou laudos de problemas como síndrome de burnout, crises de pânico e de ansiedade por causa do ambiente de trabalho. Ao todo, foram 59 demissões registradas no DOU (Diário Oficial da União) desde o início da gestão de Cida Gonçalves.

Já a secretária-executiva, Maria Helena Guarezi, foi acusada de racismo por supostamente ter pedido a Carmen Foro, que tem cabelo crespo, para se sentar durante uma reunião. Segundo relatos, o cabelo de Foro estaria “atrapalhando a visão do espaço”.

Com informações de Poder 360