Uma audiência entre a Prefeitura de Natal e o Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (Dnit) nesta quarta-feira (20), vai discutir a liberação de uma das faixas da Ponte de Igapó. Isso porque o Município entrou com uma Ação Civil Pública (ACP) na Justiça Federal para que o Dnit libere uma das duas faixas interditadas para obras de restauração do equipamento. Thiago Tavares, procurador-geral do Município, disse que uma equipe técnica participará da audiência para comprovar as alegações que culminaram com a ACP.
“Estarão presentes equipes da Seinfra, STTU e Semurb para que comprovem nossas alegações iniciais, de que é totalmente desnecessário o canteiro da obra ficar em cima da ponte. A gente pede pela sensibilidade e razoabilidade do Dnit para que se chegue a um caminho onde a população sofra menos”, disse o procurador. A TRIBUNA DO NORTE procurou o Dnit para comentar o assunto, mas o órgão não respondeu até o fechamento desta edição. A audiência será virtual e ocorrerá às 14h desta quarta-feira.
Na ação, o Município alega que a interdição está afetando diretamente a rotina dos 350 mil habitantes da Zona Norte da capital, bem como o comércio circunvizinho e de outras áreas, como a do bairro do Alecrim, impactando diariamente trabalhadores e consumidores que se deslocam de uma região a outra da cidade. O Dnit reagiu dizendo que o canteiro de obras instalado sobre o equipamento, no sentido zona Norte/bairro Nordeste, foi a opção tecnicamente mais viável, “uma vez que se trata de um segmento de risco, sujeito a acidentes”.
Enquanto uma definição sobre a questão não sai, comerciantes da região e motoristas que trafegam pela área, reclamam dos transtornos provocados pelo bloqueio. O motorista por aplicativo Francimário Silva, reclama que os problemas para passar pelo local só se agravam. “A situação é complicada, com uma diferença: antes, a gente tinha horários onde havia certo alívio, mas hoje, toda hora os motoristas enfrentam congestionamento para passar pelo local. A lentidão é sempre muito grande. Eu até evito pegar corrida para a zona Norte. É ruim para mim e para os clientes, que reclamam de atrasos”, conta.
O comércio também tem sofrido com os impactos da interdição, segundo comenta o consultor de venda Antônio Tavares. Ele trabalha em uma loja de carros em Igapó, próximo à cabeceira da ponte, sentido zona Norte/Centro. “As pessoas veem os congestionamentos e pensam que isso é bom para o comércio da região, mas não é. As pessoas ficam na dúvida se a loja está funcionando e preferem não arriscar vindo para cá”, diz Tavares.
Os impactos acontecem até para quem trabalha do outro lado da ponte. É o caso de José Matias, que vende água em um sinal na Prudente de Morais. “Percebi que, logo cedo, de manhã, há um vazio no fluxo na região onde eu ficava, porque os carros estão presos aqui. Então, vim para cá para tentar vender melhor. Que a obra acabe para que eu não tenha que me deslocar até aqui”, disse ele.
Tribuna do Norte