O pedido de recuperação judicial da 123Milhas, apresentado na terça-feira, 29, busca travar o ressarcimento de valores devidos a credores por 180 dias e permitir que a companhia “organize a casa”, diz Renato Scardoa, professor de Direito Comercial e sócio da Scardoa Del Sole Advogados. “A empresa vai ter que separar seus credores em classes e o tratamento entre credores da mesma classe não pode ser desigual. Nesse sentido, há um estímulo a alguma equidade, beneficiando credores menores”, diz. Assim, trata-se de dar tempo à empresa postergando o pagamento de lesados.
“Aparentemente e baseado nas informações que temos até agora, trata-se de um caos decorrente de um movimento empresarial infeliz, um efeito cascata indesejado. O pedido não faz menção sobre contratação de dívidas bancárias ou questões como ‘inconsistências contábeis’”, diz Scardoa, ponderando que a recuperação judicial da 123Milhas seria um tanto quanto diferente de outros grandes casos recentes, como o da Americanas. O advogado também chama a atenção para o fato de não ter sido divulgada uma lista de credores, algo exigido nessa situação.
Também na terça, 29, sócios da 123Milhas faltaram a uma audiência da CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados. Os sócios e administradores Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, afirmando ter outros compromissos com a Justiça, pediram para remarcar o depoimento.
Radar Econômico – VEJA