A idade é o principal fator de risco para o Alzheimer e, muitas vezes, seus primeiros sintomas começam a aparecer após 65 anos. Porém, pessoas com Alzheimer familiar (que ocorre quando vários parentes têm a demência) costumam apresentar sinais bem antes.

Um estudo de 2019 publicado no periódico eLife descobriu que a partir dos 25 anos essas pessoas já podem demonstrar déficit de memória e um pior desempenho de aprendizado quando comparados a pessoas da mesma faixa etária sem parentes com demência.

Os resultados do estudo sugerem que o efeito da história familiar na memória é particularmente pronunciado entre os homens, especialmente aqueles com menor escolaridade, diabetes e que têm uma mudança genética comum no APOE, gene associado ao risco de Alzheimer.

Segundo os cientistas, como a demência ainda não tem cura e não há forma comprovada de retardar a perda de memória progressiva causada pela doença, conseguir identificar o quanto antes que alguém tem possibilidade de desenvolver o problema pode ajudar que ela se concentre em táticas para prevenir o Alzheimer.

De olho no movimento
Outro estudo publicado em fevereiro deste ano no periódico Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association descobriu que a perda de orientação ao caminhar somada à dificuldade em compreender o espaço pode ser o primeiro sinal da doença em pacientes com potencial para desenvolver Alzheimer.

Foi observado que os desafios de locomoção podem surgir anos ou décadas antes de outros sintomas, possibilitando um diagnóstico precoce.

Fique atento ao nariz
As doenças neurodegenerativas também podem apresentar como primeiro sintoma a alteração ou perda de olfato, que não tende a voltar. Isso ocorre principalmente com Alzheimer e Parkinson, que podem levar a alterações em diversos setores do cérebro, incluindo o olfato.

Outros sinais iniciais comuns a se observar
Problema de memória que chega a afetar as atividades e o trabalho

Dificuldade para realizar tarefas habituais

Dificuldade para se comunicar (as palavras às vezes “fogem”)

Desorientação no tempo e no espaço

Diminuição da capacidade de juízo e de crítica

Dificuldade de raciocínio

Alterações frequentes do humor e do comportamento

Mudanças na personalidade

Perda de iniciativa para fazer as coisas

Conforme a doença avança, linguagem, orientação espacial, pensamento lógico e regulação das emoções, entre outras funções mentais são afetadas. Na fase mais avançada, há prejuízos motores. A pessoa tem dificuldade para ficar de pé, caminhar, engolir, controlar o esfíncter etc., tornando-se totalmente dependente.

O Alzheimer em si não mata, mas suas complicações, sim. Dos primeiros prejuízos à memória até a fase avançada podem se passar dez ou 15 anos.

Como prevenir o Alzheimer?
Coma de forma saudável. Priorize o consumo de vegetais, sementes e peixes, além de limitar açúcar, carboidratos refinados, gorduras saturada e interesterificada. Estudos indicam que a dieta mediterrânea pode ser útil para a prevenção das demências. Alguns nutrientes específicos, como ômega 3, a vitamina E e o resveratrol (presente na uva), já foram associados à redução de risco, mas não há evidências de que tomar suplementos com essas substâncias diminua a possibilidade de ter Alzheimer.

Pratique atividades físicas. Além de preservar a saúde como um todo, os exercícios também têm um papel importante para as funções cognitivas.

Tenha hábitos saudáveis. Cuide de eventuais doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, depressão e hipercolesterolemia, e vá ao médico regularmente. Durma bem, não fume e evite o consumo de bebidas alcoólicas.

Cultive o lazer e tenha uma vida social ativa. Conversar com os amigos, ter um hobby, fazer cursos e ter uma vida intelectual rica ajuda a garantir uma reserva cognitiva, o que pode adiar os sintomas se a pessoa ficar doente.

Com informações de UOL