O grupo fundamentalista islâmico palestino Hamas disse neste domingo que o ataque terrorista de 7 de outubro, que deixou 1,2 mil mortos em Israel e levou à guerra na Faixa de Gaza, foi um “passo necessário e uma resposta normal a todas as conspirações israelenses contra a população palestina”, mas que o “caos” levou a “falhas” na ação surpresa.
“Talvez algumas falhas ocorreram durante a implementação da Operação Tempestade Al-Aqsa devido ao rápido colapso do sistema militar e de segurança israelense e ao caos causado ao longo das áreas de fronteira com Gaza”, disse o grupo em um documento de 16 páginas em árabe e inglês, marcando seu primeiro relato público sobre o ataque.
A ação do grupo no sul de Israel, quando vitimou em sua maioria civis e fez cerca de 240 pessoas como reféns, foi o pior ato de violência contra o Estado judeu desde sua formação, em 1948. Segundo estimativas da rede americana CNN, dos 132 reféns ainda em cativeiro, 107 estão vivos.
No documento, o movimento islâmico também afirmou rejeitar “categoricamente todo projeto internacional ou israelense” para o futuro de Gaza, território que controla desde 2007, considerando que só o povo palestino deve decidir essa questão, e exigiu a “cessação imediata da agressão israelense em Gaza, dos crimes e da limpeza étnica”. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, vinculado ao Hamas, a campanha aérea e terrestre de Israel deixou mais de 25 mil mortos, em sua maioria mulheres e menores, desde outubro.
“Insistimos que o povo palestino tem a capacidade de decidir seu futuro e gerenciar seus assuntos internos”, afirma o grupo em seu documento.
O Globo