O ensino EAD é essencial na atualidade por proporcionar flexibilidade, democratizando o acesso à educação de nível superior
No mundo contemporâneo, a partir do avanço tecnológico, muitas esferas da sociedade sofreram transformações significativas, e a educação, principalmente a distância (EAD), é uma delas. De fato, o EAD, com o passar dos anos, consolidou-se como uma alternativa essencial e de grande impacto no cenário educacional brasileiro.
Em tese, nos últimos anos, a oferta de cursos EAD em diversas áreas do conhecimento cresceu significativamente, permitindo o acesso a uma formação acadêmica de qualidade a um público mais amplo e diverso.
Tal expansão, inicialmente impulsionada pelos avanços tecnológicos, provou ser elementar, especialmente no que diz respeito à ampliação das oportunidades no ensino superior para aqueles que enfrentam dificuldades em frequentar instituições presenciais, devido a compromissos profissionais, rotinas intensas ou até mesmo por fatores geográficos.
O Censo da Educação Superior 2023, conduzido pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revelou números expressivos que ilustram esse fenômeno.
De acordo com o levantamento, o Brasil contava, em 2023, com um total de 9,9 milhões de estudantes no ensino superior, dos quais 4,9 milhões estavam matriculados na modalidade a distância, enquanto 5,06 milhões seguiam no modelo presencial. A diferença entre essas duas modalidades agora é de apenas 150.220 matrículas, indicando uma aproximação inédita, jamais vista na história recente.
Em comparação ao ano anterior, quando havia 9,4 milhões de estudantes, dos quais 4,3 milhões optaram pelo EAD e 5,1 milhões pelo ensino presencial, percebe-se uma tendência marcante de crescimento do EAD: ocorreu uma expansão de quase 600 mil matrículas a distância, enquanto o ensino presencial apresentou uma retração de cerca de 49 mil vagas.
O Ministério da Educação do Brasil (MEC), por exemplo, associa o crescimento acelerado do EAD a um decreto de 2017, que facilitou a criação de polos de ensino a distância no Brasil, uma vez que, no ano seguinte, a quantidade de vagas EAD superou as vagas presenciais. Desde essa mudança, o formato vem se expandindo, registrando um aumento de 167,5% no número de vagas disponíveis.
Esse cenário, por sua vez, demonstra a preferência crescente pela educação a distância, destacando, também, uma mudança estrutural no perfil do estudante brasileiro. Essa tendência reflete um movimento em que o EAD se adapta especialmente ao perfil do estudante moderno, geralmente adulto e inserido no mercado de trabalho.
Acontece que, a partir da flexibilidade do EAD, esse público consegue conciliar a vida acadêmica com as responsabilidades profissionais e pessoais, proporcionando um ambiente de estudo moldado às necessidades e particularidades de cada um. Esse perfil busca, no EAD, a liberdade de estudar em horários e locais variados, de acordo com suas necessidades.
Em áreas específicas, como a educação, o formato EAD tem tido grande adesão. Cursos como Pedagogia EAD exemplificam esse fenômeno. De acordo com o Censo da Educação Superior, Pedagogia é o curso a distância mais procurado, com 650,1 mil matrículas realizadas no último ano. Esse curso forma profissionais para atuar na educação infantil e em atividades de coordenação e planejamento educacional.
Em seguida, aparece o curso de Administração, com 393,3 mil matrículas, voltado para o desenvolvimento de habilidades de organização e estratégia, amplamente valorizadas no mercado de trabalho. Em terceiro lugar, está o curso de Contabilidade, com 201,2 mil matrículas, voltado para suprir a demanda crescente por profissionais especializados em gestão financeira e contábil.
No fim, é possível dizer que, em um país com dimensões continentais e com profundas desigualdades regionais, a educação a distância representa um caminho promissor para o futuro acadêmico.
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