As cirurgias cardiológicas infantis na rede pública, que são realizadas através de convênio com o Hospital Rio Grande, em Natal, estão suspensas. O assunto foi tratado em reunião realizada nesta terça (24), pelo presidente da Associação Amigos do Coração da Criança (AMICO), Madson Vidal, na sede da entidade, com representantes de entidades médicas, Câmara Municipal e o secretário municipal de Saúde de Natal, George Antunes.

Segundo Madson Vidal, os atendimentos estão suspensos no único hospital em Natal que faz esses procedimentos nas crianças. “O principal deles é a cirurgia cardíaca de recém-nascido em qualquer criança, os exames de cateterismo cardíaco, diagnóstico e terapêutico, as internações clínicas de pré-operatório e pós-operatório e os exames de tomografia cardíaca e marca-passo também”, declarou o médico, que também coordena a UTI pediátrica do hospital.

O assunto veio à tona depois do caso do bebê Nícolas, que tem menos de 1 mês de vida, e corria risco de morte, já que precisava realizar um procedimento cardiológico especializado e aguardava um leito de UTI. Depois da repercussão do caso, a cirurgia foi realizada no Hospital Rio Grande.

Contudo, apesar do Hospital Rio Grande reafirmar que “as cirurgias cardiológicas infantis pelo SUS permanecem suspensas na unidade, aguardando soluções administrativas do poder público”, George Antunes disse que os serviços estão acontecendo em negociação contínua.”É só o INCOR receber os pacientes e o município de Natal está autorizando fazer as cirurgias”, garantiu o secretário. O problema, segundo George,é um déficit motivado pela falta de repasses da União e do Estado, que não estariam fazendo suas contrapartidas.

O INCOR Natal presta o serviço cardiológico no Hospital Rio Grande, mas para atender o município precisa receber os pagamentos, sendo que o contrato já chegou ao limite. Antunes disse ainda que foi solicitado ao Ministério da Saúde um aporte de R$ 43 milhões e que o Governo do Estado tem uma dívida de mais de R$ 70 milhões, além da obrigação de um repasse mensal de R$ 1 milhão.

A assessoria de imprensa da Sesap disse que cabe à pasta pagar sua parte no cofinanciamento do SUS e que isso está sendo feito em dia.

Com informações da Tribuna do Norte