Reflexo do adiamento da reforma ministerial prometida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a oposição voltará a ter maioria na CPI que investiga o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Uma articulação capitaneada por PP e Republicanos, siglas do Centrão que negociam há mais de um mês a indicação de nomes para Esplanada, tem promovido substituições de deputados no colegiado, o que fará com que os adversários do Palácio do Planalto passem a ocupar 15 cadeiras na comissão, contra 9 da base. O movimento ocorre a uma semana da apresentação do relatório final, que deverá pedir indiciamento de pelo menos 15 pessoas, entre elas aliados de Lula.

Relator da CPI, Ricardo Salles (PL-SP) planeja ler seu parecer na próxima segunda-feira. O GLOBO apurou que ele deverá pedir a responsabilização criminal do deputado federal petista Valmir Assunção (BA) e de dois assessores do parlamentar. Apontados como líderes de um acampamento do MST na cidade baiana de São João, eles são suspeitos de terem cometido abusos contra outros participantes do movimento. Também deve constar na relação de pedidos de indiciamento o líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), José Rainha, personagem historicamente ligado ao presidente da República. Salles disse a aliados que não descarta incluir em seu parecer o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da presidência general Gonçalves Dias, o GDias, que prestou depoimento à CPI e foi acusado por deputados de ter mentido.

Confira mais detalhes na matéria de Luísa Marzullo e Julia Noia, O Globo.