Dizem que, com a maturidade, as pessoas “melhoram” e, com a velhice, ficam mais suaves. Sei não… O presidente Lula, por exemplo, está mais arisco, afoito e boquirroto do que nos dois primeiros mandatos e, com a idade, os seus defeitos e convicções, como os nossos, só aprofundam.

Nos governos 1 e 2, o redator dos discursos de Lula era o baiano Carlos Tibúrcio, jornalista, escritor e ex-líder estudantil preso na ditadura. Agora, é o mineiro José Rezende Jr., também jornalista, culto, discreto, com ótimo texto, que vai ganhar reforços, até de uma assessora de Janja. Mas Lula não gostava e continua não gostando de ler discursos. Dá uma espiada e deixa de lado. Na posse do governo 3, pôs os óculos para ler o texto da assessoria, ironizando: “para parecer intelectual”.

Na Namíbia, em 2003, ele se saiu com essa: “Aqui é tão limpinho que nem parece a África”. O então assessor internacional, Marco Aurélio Garcia, deu um pulo do sofá. Agora, em Cabo Verde, agradeceu “por tudo o que foi produzido em 350 anos de escravidão”. Nem é tão grave, porque fica clara a intenção, mas é mais um escorregão, com mais uma saraivada de críticas.

Confira mais detalhes na matéria de Eliane Catanhêde, Estadão.