O jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial nesta quarta-feira, 21, contra a aprovação do nome de Cristiano Zanin, advogado do presidente Lula na Lava Jato, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O Senado vai sabatinar hoje a indicação do petista.
Para o jornal, o cenário “modifica o caráter inconstitucional e antirrepublicano da indicação de uma pessoa para a Corte constitucional cujo único qualificativo é ter sido o advogado pessoal do presidente da República”. O Estadão classificou o caso como um “deboche com o Supremo e com a Constituição, a merecer categórica reprovação por parte dos senadores”.
“O princípio constitucional da impessoalidade proíbe o uso do cargo público para fins pessoais, seja para favorecer amigos, retribuir favores ou ter um advogado no papel de ministro do STF”, observa o Estadão. “Zanin pode ser um excelente advogado e ter um excelente conhecimento do Direito. No entanto, não dispõe do ‘notável saber jurídico’ exigido pela Constituição.”
Por fim, o editorial pressiona os senadores ao exigir que eles rejeitem o indicado de Lula. “Eles também serão avaliados pelo país sobre seu compromisso com a Constituição”, constata o jornal. “O posicionamento de cada senador sobre a indicação de Cristiano Zanin não é mera opção político-partidária, a revelar se faz parte do governo ou da oposição. Relaciona-se com a defesa da Constituição e do regime democrático, uma vez que o tema diz respeito à autoridade do Supremo.”