O pedido do PT de concessão para operar seus próprios canais de televisão em sinal aberto é ilegal, inconstitucional e esdrúxulo e, o simples fato de ser feito, mostra a postura antirrepublicana do partido. Foi isso que o jornal Estado de S.Paulo afirmou em editorial publicado na edição desta quinta-feira, 15.
E exatamente por isso é que, em condições normais, o pedido seria prontamente rechaçado. Porém, no texto, o jornal lembra que nada parece muito normal no governo em que o presidente indicou seu advogado pessoal e “amigo do peito”, Cristiano Zanin, para o Supremo Tribunal Federal (STF), e instrumentaliza a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) como plataforma de suas lives, “para citar apenas um exemplo recentíssimo de seu descompromisso com a impessoalidade”.
Além disso, afirma o editorial, o ministro das Comunicações – a quem cabe analisar tal pedido – Juscelino Filho “já deu mostras suficientes de que não perde um minuto de sono preocupado com a separação entre os interesses público e privado”. O ministro está envolvido em uma dezena de denúncias de uso de dinheiro e bens públicos para fins particulares. “Não é difícil imaginá-lo atendendo ao pleito do PT como forma de se sustentar na cadeira”, diz o jornal.