O ex-ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República durante o governo FHC, Arthur Virgílio Neto (sem partido), publicou uma dura crítica nesta 3ª feira (30.mai.2023) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua gestão cheia de “tramas antidemocráticas”.

Em seu perfil no Twitter, Virgílio publicou um artigo de opinião comparando Lula com o seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No título do texto, o ex-ministro e ex-senador diz que “Lula é o que se pensava que Bolsonaro viria a ser”.

No tweet, Virgílio declarou ter votado em Bolsonaro nas eleições de 2022, mesmo tendo mantido relações “frias” e “distantes” com o agora ex-presidente enquanto ele ainda era deputado. O ex-ministro justificou o voto dizendo que não poderia votar no “homem do mensalão e do petrolão”, em referência a Lula.

Com críticas a Lula, o texto diz que o atual presidente trama tornar Bolsonaro inelegível, o que considera como um erro, porque o julgamento ao seu “desgoverno” será “impiedoso” em 2026. Além disso, o ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso chama o petista de “vingativo perverso, mesquinho, cheio de tramas antidemocráticas e promiscuidades fora das 4 linhas do respeito ao Brasil”.

QUEM É ARTHUR VIRGÍLIO

Arthur Virgílio Neto, 77 anos, é diplomata e ex-ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República do governo Fernando Henrique Cardoso. Também foi senador, deputado federal e prefeito de Manaus.

Virgílio disputou as prévias do PSDB e já foi uma figura relevante no cenário político nacional. O ex-ministro saiu do partido em novembro de 2022, depois de disputar as eleições para o Senado pelo Amazonas e ser derrotado. Segundo ele, o PSDB se transformou em uma “agremiação parecida com tantas outras, filhas da mesmice, da irrelevância e da mediocridade”.

Leia a íntegra do texto publicado por Arthur Virgílio Neto no Twitter em 30 de maio de 2023:

“LULA É O QUE SE PENSAVA QUE BOLSONARO VIRIA A SER

“Fui colega de Bolsonaro na Câmara dos Deputados e depois, no Congresso, eu senador e ele deputado. Nossas relações eram frias, distantes, porque víamos o mundo com olhos bem diferentes.

“No 2º turno da eleição presidencial, votei Bolsonaro, porque sua política econômica, delineada por Paulo Guedes, reduziu a relação dívida pública/PIB, diminuía o desemprego. Saiu-se melhor da pandemia que potências como EUA e fortes países europeus. Convivia respeitosamente com o Banco Central autônomo, presidido pelo pós-doutor em Economia, pela Universidade de Chicago, Roberto Campos Neto.

“Votei em Bolsonaro, porque não podia votar no homem do mensalão e do petrolão, este útimo uma série de negociatas que surrupiou R$ 1 trilhão da Petrobras.

“Sentia irritação quando via Bolsonaro falando coisas impróprias nas conversas diárias com seguidores, no tal ‘cercadinho’. Ficou marcado, pela grande imprensa, como um autoritário. Mesmo tendo ojeriza aos ditadores venezuelano, cubano, nicaraguense, russo e todos os demais.

“Pois o ‘autoritário’ Jair Bolsonaro, que falava bastante o que não praticava, jamais perseguiu ninguém, nem mesmo Lula, em seus 4 anos de mandato. Bolsonaro criou fama de ser o autoritário que nunca foi e Lula é. Nunca cabalou cassação de ninguém, junto aos tribunais. Ouvia as duras críticas, que eu próprio endossava a certas frases impróprias proferidas de forma improvisada e amadora no ‘cercadinho’. Mas não realizou nada do que dizia. Governou democraticamente. Não tinha amigos ditadores, respeitou a Constituição e a Suprema Corte. Resultado: LULA É O QUE BOLSONARO PARECIA SER!

“Vingativo, perverso, mesquinho, cheio de tramas antidemocráticas e promiscuidades fora das quatro linhas do respeito ao Brasil. Neste momento, trama através de prepostos, tornar Bolsonaro inelegível. Erro infantill, porque o julgamento duro ao seu desgoverno, seria impiedoso em 2026! Anotem!

“A recepção fraterna de Lula ao chefe da ditadura assassina e corrupta da Venezuela, tirou a venda dos olhos de muita gente. Do povo e da imprensa. Até mesmo da parte que considera a carteira de vacina de Bolsonaro mais importante que o assalto de R$ 1 trilhão à Petrobras. Senti asco, quando vi a paparicação a um ditador desalmado, condenado pela ONU, que matou mais gente que todos, que está sob a vigilância da Corte Penal Internacional da Haia e que é a versão sul-americana do Putin que Lula tanto venera.

“Votei em Lula uma vez. No segundo turno de sua luta contra Collor. Depois, nunca mais. E depois dessa atitude, dessa fraternidade com um ditador que massacra o povo venezuelano, nunca mais, nunca mais, nunca mais mesmo”!

Poder 360