O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 5ª feira (11.mai.2023) que aceitou o convite para participar de uma feira do agronegócio na Bahia para fazer inveja à Agrishow, maior feira do setor na América Latina, depois que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou ter se sentido “desconvidado” do evento por causa da participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Tem a famosa feira da agricultura em Ribeirão Preto, que alguns fascistas, alguns negacionistas, não quiseram que ele fosse na feira. Desconvidaram meu ministro”, disse. A declaração, no entanto, é imprecisa, pois o convite a Fávaro não chegou a ser retirado pela exposição.

“E eu chego na Bahia e encontro os companheiros do agronegócio me entregando um convite para a 2ª feira mais importante do país. Quero dizer que eu venho nessa feira, só para fazer inveja aos maus caracteres de São Paulo que não deixaram meu ministro participar”, disse Lula.

O presidente não mencionou em seu discurso a qual feira se referia. O Estado sedia a Bahia Farm Show, um dos maiores eventos do setor no país. A próxima edição será realizada de 6 a 10 de junho em Luís Eduardo Magalhães (BA). O Poder360 questionou a assessoria do presidente sobre o evento, mas ainda não obteve resposta.

Pela manhã, Lula participou do evento de lançamento das plenárias estaduais do Plano Plurianual Participativo, realizada na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).

O imbróglio entre Fávaro e a Agrishow começou em 26 de abril quando o ministro disse ao presidente do evento, Francisco Matturro, que não participaria caso Bolsonaro também estivesse presente.

O ministro da Agricultura disse que se sentiu “desconvidado” por causa da então possível presença do ex-presidente. A polêmica fez com que o BB (Banco do Brasil) cancelasse o patrocínio da Agrishow dias depois.

A feira também chegou a cancelar a cerimônia de abertura para evitar dar palanque político à Bolsonaro. O ex-presidente visitou a exposição em 1º de maio e discursou no local.

Segundo o jornal O Globo, o discurso de Bolsonaro durou cerca de 7 minutos e teve críticas à gestão de seu sucessor.

O ex-presidente sugeriu que se o petista atendesse “10% do que reivindicam” as comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas, o agronegócio seria prejudicado. “O agro precisa de políticos que não atrapalhem vocês”, declarou.

Poder 360