Ao receber no Planalto o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte (foto), nesta terça-feira (9), Lula afirmou que a Ucrânia e a União Europeia têm suas “razões” na guerra contra a Rússia e que Celso Amorim chegou a Kiev para ouvir o que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem a dizer.
O presidente brasileiro foi (justamente) criticado por considerar tanto a Rússia invasora como a Ucrânia invadida igualmente “responsáveis” pelo conflito; também acusou os EUA e a União Europeia de incentivá-lo. Amorim, seu principal conselheiro para assuntos internacionais, já havia se reunido com Vladimir Putin em Moscou.
“Hoje o Celso Amorim chegou na Ucrânia. Já tinha ido à Rússia. Ele viajou 12 horas de trem para chegar na Ucrânia. Espero que o Celso me traga não a solução, mas indícios de soluções para que a gente possa conversar sobre paz”, declarou o presidente. “Ele já sabe o que o Putin quer, agora vai saber o que quer o Zelensky”, acrescentou.
Lula também modulou o seu discurso sobre a guerra. “A Ucrânia efetivamente não pode aceitar a ocupação de seu território: tem que resistir. A União Europeia tem sua razão de tomar a decisão que tomou. E o Brasil e outros países têm sua razão de tentar encontrar o meio-termo.”
Rutte, cujo país apoia os ucranianos e já enviou armas a Kiev, elogiou a iniciativa do governo brasileiro, mas ressaltou que qualquer proposta tem de levar em conta a soberania da Ucrânia.
O Antagonista