Minutos após pedir demissão, o general Marco Edson Gonçalves Dias negou que tenha se omitido durante os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro. O agora ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) afirma que ajudou a retirar pessoas do Palácio do Planalto e sugeriu que as imagens veiculadas nesta quarta-feira (19) são “recortes” de gravações cuja íntegra está com as autoridades.
Gonçalves Dias tornou-se o centro de uma crise após a divulgação de imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto que mostram poucos integrantes do GSI trabalhando para conter os manifestantes.
“As autoridades têm as imagens completas daquele dia fatídico, que incluem essas imagens. De onde vazou eu não sei. Merece ser apurado”, afirma o ex-ministro.
Segundo o general, ele estava no palácio e ajudou a conter a invasão. “As pessoas não entraram pelas portas, as pessoas quebraram o vidro. Eu entrei no palácio depois que foi invadido e estava retirando as pessoas do terceiro piso e do quatro piso para que houvesse a prisão no segundo”, disse em entrevista à GloboNews.
“Na ala ao lado da sala do presidente, eu retirei três pessoas[,] mandei descer pro segundo e fui checar se as portas estavam fechadas e se não havia nenhuma depredação lá dentro”, prosseguiu o general.
Gonçalves Dias negou qualquer omissão e cobrou apurações sobre o caso.
“Colar a minha imagem àquela situação momentânea que estava ali, que fizeram um corte específico na produção do vídeo, é um absurdo para a minha imagem. Eu tenho 44 anos no Exército brasileiro. O maior presente que eu dou a mim até hoje é a honra”, acrescenta.
Ao longo da entrevista, o ex-ministro afirmou que, quando chegou ao palácio, os manifestantes tinham rompido o bloqueio da Polícia Militar na altura do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Com informações de O Antagonista